Foto: Bruno Peres / Agência Brasil
Os setores da indústria e do comércio têm reagido de forma firme contra mudanças na atual jornada de trabalho, indo na contramão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que se comprometeu a mobilizar o governo para buscar viabilizar o fim da escala 6x1 no Brasil.
As entidades devem debater o assunto no âmbito do chamado Conselhão (Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável), composto por empresários, sindicalistas, pesquisadores, artistas e outros representantes da sociedade civil, segundo o portal Metrópoles.
Em abril, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) divulgou estudo que aponta que a redução da jornada de trabalho pode causar perda de até 18 milhões de empregos e impacto de até 16% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, com uma queda de até R$ 2,9 trilhões no faturamento dos setores produtivos.
A análise parte do princípio de que a diminuição das horas de trabalho impacta diretamente a produção e, consequentemente, o número de postos de trabalho disponíveis.
Em entrevista ao Metrópoles, o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, condicionou o benefício, porém, à melhora da produtividade. Roscoe frisou que o teto do horário de trabalho do Brasil (44 horas) é menor que o da Alemanha (48 horas) e que, com as horas efetivamente trabalhadas, a carga efetiva é menor que a média mundial. "Quando a gente limita toda a carga horária do Brasil, você evita as exceções. Tem setores que precisam de determinadas jornadas", sustentou. "Então, na minha leitura a gente não deve engessar ainda mais a carga horária legal brasileira e deixar para livre negociação entre as partes".
Por sua vez, a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) avaliou que este não é o momento para a redução da jornada de trabalho.
Fonte: BNews