Foto: TabelaFipe
O vereador de Caxias do Sul (RS), Sandro Fantinel(PL), está envolvido em um processo que busca indenização por danos morais coletivos, no valor superior a R$ 200 mil, após fazer comentários preconceituosos sobre cidadãos baianos.
Durante uma audiência de conciliação realizada por videochamada na última quarta-feira (29), o vereador propôs um acordo oferecendo apenas 10% do valor solicitado pelo Ministério Público Federal (MPF).
Ele sugeriu pagar a quantia com um veículo Palio, modelo 2008, que ele avaliou em R$ 19 mil.
"Estou disposto a dar meu carro e ficar a pé", disse o parlamentar, que afirmou não ter a quantia suficiente para o acordo. Na declaração de bens para concorrer em 2024, contudo, o vereador apresentou R$ 116 mil em bens. Ele também se ofereceu a viajar até a Bahia para pedir desculpas diretamente ao governo estadual.
Tanto o Ministério Público Federal da Bahia(MPF) quanto às entidades sociais que o processam rejeitaram a proposta.
O vereador responde a um processo por danos morais coletivos, e o valor arrecadado será revertido ao Fundo de Direitos Difusos para custear projetos sociais.
O que aconteceu?
Sandro Fantinel responde na Justiça por criticar a operação que resgatou 208 trabalhadores em situação análoga à escravidão em Bento Gonçalves (RS), em 2023.
Na época, o vereador disse que os produtores da região deveriam buscar mão de obra argentina, e não trabalhadores da Bahia.
"Como é de costume, o empresário é tratado como vilão", reclamou Fantinel. "Agora o patrão vai ter que pagar empregada para fazer limpeza todos os dias para os bonitos? Temos que botar em hotel 5 estrelas para não ter problema com o Ministério do Trabalho?", questionou ele, antes de partir para as críticas aos baianos – que foram maioria entre os resgatados.
"Agricultores, produtores vou dar um conselho para vocês: não contratem mais aquela gente lá de cima", disse, referindo-se aos baianos e se colocando à disposição para ajudar a criar "uma linha" para a contratação de argentinos para o trabalho de colheita de uvas.
"Todos os trabalhadores que têm argentinos trabalhando hoje só batem palmas. São limpos, trabalhadores, corretos, cumprem o horário, mantêm a casa limpa e no dia de ir embora ainda agradecem o patrão. Agora com os baianos, que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor, era normal que fosse ter esse tipo de problema", disparou o vereador
Fonte: Bnews