A secretária estadual da Saúde (Sesab), Roberta Santana, defendeu uma aliança tripartite entre os Poderes para sanar o problema da regulação, que, segundo ela, "acabou sendo politizado". A titular da pasta ainda lembrou que muitas cidades baianas ainda não possuem um hospital adequado para atender aos pacientes.
"A gente não tem como pensar na saúde pública de um estado do tamanho da Bahia, com 417 municípios, sem caminhar ao lado dos municípios. Só para você ter ideia, 58% desses municípios têm menos de 20 mil habitantes e não têm nenhum hospital de pequeno porte [...].", disse.
"Quando pensamos no município, ele é peça-chave para fortalecermos, sobretudo, a atenção primária, que é a primeira porta de acesso da população. Nesse sentido, o estado precisa, junto com a União, fortalecer esse vínculo. É com esse propósito que temos conversado", acrescentou, durante participação do 1º Encontro Regional – Gestores Municipais Eleitos e Reeleitos da Bahia, promovido pela Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República (SRI-PR).
Ao falar sobre o processo de regulação, tema que é alvo de críticas do grupo de oposição, Roberta reforçou a necessidade das cidades baianas manterem contato com o Estado, por meio da pasta.
"Não podemos falar na regulação sem conversar com os prefeitos. São eles quem demandam a tela da regulação a partir dos pacientes que chegam graves, sejam nas unidades de pequeno porte ou nas UPAs. Precisamos enfrentar isso", afirmou, em conversa com A TARDE.
Durante a entrevista, a titular da pasta também falou sobre os investimentos que o governo Jerônimo Rodrigues (PT) vem aplicando na saúde.
"O governador Jerônimo tem feito políticas públicas e incentivos para que fortaleçamos a saúde nos municípios, seja através de unidades básicas de saúde, de construção, de aquisição de 100 milhões em equipamentos, além de termos disponibilizado 453 ambulâncias."
Demandas do Executivo municipal
Questionada sobre os pedidos que os prefeitos vêm realizando à Sesab, Santana disse que o maior apelo dos gestores gira em torno da dificuldade de manter um equipamento de saúde no município.
"O que mais me procuram é para dizer: "secretária, assuma o hospital, porque tenho dificuldade de mantê-lo". Não é porque não querem cuidar da saúde da população, mas porque enfrentam dificuldades de financiamento e subfinanciamento do SUS para manter o hospital", contou.